Hoje teve início a Semana Santa no Vaticano com a Eucaristia de Domingo
de Ramos. Às 9.30h o Papa Francisco abençoou os ramos de oliveira e no
final da procissão presidiu à celebração da Santa Missa da Paixão do
Senhor num dia em que é também a 28ª Jornada Mundial da Juventude. Uma
Praça de São Pedro repleta por milhares de peregrinos e adornada com
oliveiras da Puglia e ramos de palmeira de Sanremo e Bordighera.
Na sua homilia o Papa Francisco começa por indicar a cena narrada pelo
Evangelho de Lucas: "Jesus entra em Jerusalem" e descreve-a:
"Multidão,
festa, louvor, bênção, paz: respira-se um clima de alegria. Jesus
despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas
humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos
do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto
misericordioso de Deus, inclinou-Se para curar o corpo e a alma. E agora
entra na Cidade Santa…É um espectáculo lindo: cheio de luz, de alegria,
de festa."
"Também no início da celebração todos nós presentes
na Praça agitamos os nossos ramos de oliveira, disse o Papa Francisco,
também nós acolhemos Jesus; também nós manifestamos a alegria de O
acompanhar, de O sentir perto de nós, presente em nós e no nosso meio,
como um amigo, como um irmão, mas também como rei, isto é, como farol
luminoso da nossa vida. E aqui compreendemos a primeira palavra:
alegria." Desta forma, o Papa recolhe da narração evangélica a palavra
da entrada na Cidade Santa. E a multidão acolhe Jesus com tanta alegria
que o aclama como Rei. O Papa Francisco lança uma interrogação:
Mas,
que tipo de Rei seria Jesus? Vejamo-Lo… Monta um jumentinho, não tem
uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de
força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples. Jesus não entra na
Cidade Santa, para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a
quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e
ultrajado, como preanuncia Isaías na Primeira Leitura (cf. Is
50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma cana, um manto de
púrpura (a sua realeza será objecto de ludíbrio); entra para subir ao
Calvário carregado com um madeiro. E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz.
Cruz
é a segunda palavra da narração do texto de Lucas no dia de hoje e que
Papa Francisco nos propõe como parte de um itinerário de vida. E é
precisamente na Cruz que Jesus resplandece como Rei. Citando Bento XVI, o
Papa Francisco recordou que os cardeais da Igreja são príncipes de um
rei cujo trono é a Cruz. O que conta não é, pois, o poder terreno. O
Santo Padre explica:
"Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o
pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu
sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. "
Na Cruz Jesus
sente todo o peso do mal, mas com a forza do Amor de Deus vence-o na sua
ressurreição. Quando abraçamos a Cruz de Cristo com amor não somos
inundados pela tristeza mas pela alegria. Assim , para que a triologia
do itinerário proposto fosse completado faltava a terceira palavra e ela
é: jovens.
Hoje, nesta Praça, há tantos jovens. Desde há 28 anos
que o Domingo de Ramos é a Jornada da Juventude! E aqui aparece a
terceira palavra: jovens! Queridos jovens,
imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de
oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria
por estardes com Ele!
Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo.
E o Papa termina com um convite:
"Levai a vossa Cruz, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. "
Esta foi a homilia do Santo Padre Francisco. Mas quem é o Papa Francisco? Qual é a visão que ele tem do mundo e o que podemos esperar de um Papa latino-americano?
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