domingo, 30 de março de 2014

POR QUE JEJUAR?

Ao tratarmos da cura de gastrimia (gula), a primeira coisa que nos vem à mente, evidentemente, é o jejum. No entanto, sejamos sinceros, quem é que ainda leva a sério o jejum? Para a maior parte das pessoas, o jejum é uma prática antiquada, desnecessária, quando não, completamente absurda. Até entre os “bons católicos” a prática do jejum é vista com desconfiança. Afinal, somos pessoas equilibradas. Nada de radicalismos! Quando muito, ainda é possível encontrar quem se recorde do velho Catecismo: “O quarto mandamento [da Igreja]: jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja”. Mas quando é que a Santa Mãe Igreja no manda jejuar? A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou, em 1987, a Legislação Suplementar ao Código de Direito Canônico, que diz o seguinte: 

Quanto aos cânones 1251 e 1253: 

1. Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis, nesse dia, se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade.

2. A Quarta-feira de Cinzas e a Sexta-feira Santa, memória da Paixão e Morte de Cristo, são dias de jejum e abstinência. A abstinência pode ser substituída pelos próprios fiéis por outra prática de penitência, caridade ou piedade, particularmente pela participação nestes dias na Sagrada Liturgia. 
Bem, talvez, do jejum e da abstinência na Quarta-feira de Cinzas e na Sexta-feira Santa, a maior parte dos católicos se recorde. Porém, é provável que a maioria não faça a mínima ideia de que a abstinência de carne, às sextas-feiras, ainda existe! Mas isso não é motivo para que alguém se sinta mal. Muitos e nobres eclesiásticos sofrem da mesma miséria… Magra consolação! 

Veja também:
:: Exercícios quaresmais de conversão
:: Dar tempo para o tempo de Deus! 


“Mas isso é somente uma lei da Igreja!”, alguém poderia dizer. E, depois de constatar esta obviedade, desfiar um rosário de argumentos contra a prática do jejum: “Não está na hora de a Igreja deixar de lado essas tradições medievais? Por que incentivar o jejum? Não existe algo de mal neste masoquismo de querer se penitenciar? Isto não prejudica a saúde? Qual o sentido do jejum, se a pessoa não trabalha para transformar a sociedade?”. 

Com argumentos desse tipo, livramo-nos do problema, varrendo-o para debaixo do tapete. Acho que os Santos Padres não estariam exatamente de acordo com este procedimento. 

Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que era um mestre em argumentação, ensina-nos a distinguir duas realidades diferentes no jejum: 

a) O mandamento da Igreja 

b) A lei natural 

Os dias em que eu devo jejuar e as formas de realizar este jejum são uma lei da Igreja (a). Mas o jejum não é uma invenção da Igreja. A necessidade de jejuar é uma lei que Deus imprimiu na natureza humana (b), ou seja, compete às autoridades da Igreja determinar alguns tempos e modos de jejuar, já que é dever dos pastores cuidar do bem das ovelhas. No entanto, mesmo se não houvesse uma legislação canônica, as pessoas teriam de jejuar, pois se trata de uma exigência da própria natureza do homem. Sim, é isto mesmo! Por estranho que possa soar aos seus ouvidos, a ascese e o jejum são imperativos da ética humana natural e não uma tradição de algumas religiões e culturas exóticas. O jejum e a abstinência são instrumentos necessários para que possamos chegar a ser, não heróis ou semideuses, mas simplesmente… humanos”! 

Talvez, uma comparação nos ajude a compreender melhor esta realidade. Quando alguém compra um carro, as montadoras geralmente dão a oportunidade de a pessoa escolher os “opcionais”: ar-condicionado, air-bag, direção hidráulica etc. Mas, num automóvel, o sistema de freios não é um opcional. O freio é um componente essencial do próprio veículo. De nada adiantaria ter um automóvel se ele não tivesse um freio. 

O ser humano também é assim. Precisamos de um sistema de freios, de algo que nos sirva de limite, porque a vida humana desregrada é semelhante a um carro desgovernado. O que era uma bênção transforma-se numa maldição. O jejum e a abstinência fazem parte deste sistema de freios que, no ser humano, recebe um nome: virtude da temperança.

Trecho retirado do livro: "Um olhar que cura"


Conheça os tipos de jejuns recomendados:

:: Jejum da Igreja
:: Jejum a pão e água
:: Jejum à base de líquidos
:: Jejum completo

sábado, 8 de março de 2014

OS DONS CARISMÁTICOS

Muito se tem falado sobre os dons carismáticos. Deus tem me ensinado algumas coisas sobre esse tema e gostaria de partilhar com vocês aquilo que o Senhor me ensinou.
Todo o batizado possui o Espirito Santo e consequentemente os dons, pois os dons estão intimamente ligado com a 3ª pessoa da Santissima Trindade. Se possuímos o Espirito Santo e este possui os dons e os carismas então possuímos os dons. Para que possa exercer os carismas em nossa reunião de oração preciso preencher algumas condições: Aspirar o dom, conhece-lo e praticar.
Aspirar não é simplesmente querer é muito mais do que isso, é desejar com a alma. Como que é isso? Darei um exemplo para o leitor possa compreender melhor. Uma pessoa toma um café magrinho pela manhã e passa o horário do almoço. Este começa sentir fome, a fome é tanto que ele imagina que está numa churrascaria comendo uma alcatra ao ponto. Ele sente até o cheiro da carne e escuta até o barulho daquele refrigerante bem gelado para acompanhar aquele apetitoso churrasco. Então o moço sai do lugar onde esta e vai comprar a carne no açougue ou vai para uma churrascaria mais próxima. Aspirar ao dom é desejar do fundo da alma e imaginar ele próprio exercendo o carisma.
Mas não basta apenas desejar é preciso conhecer o dom: participar do Módulo Básico, comprar livros que fala sobre o assunto, ouvir palestras. Emfim, conhecer o que são os carisma e para que serve. E por último pratica-lo com ousadia e com destemor, isto é, sem medo de errar pois nós só aprendemos errando. Deus nunca vai condenar alguém porque errou tentando em acertar.
Como diz Paulo não vos falta dom algum principalmente se a pessoa passou pela experiência do batismo no Espirito Santo. Esta realidade espiritual acontece no piso inferior: palavras de profecia e ciências, dom de revelação, cura interior, física e libertação entre outros. Todos que participam de grupo de oração entendem o que estou falando porque fazem parte da nossa identidade. Somo RCC.
Porém Deus quer que subamos para o andar de cima. Este andar de cima se chama Cenáculo. E quem está lá? Maria Santíssima com os apóstolos, padre Jonas, Ironi Spuldaro, Marcio Mendes e tantos outros que ajudaram a Igreja e foram a diferença para muitas pessoas. E você vai me perguntar qual a diferença do piso inferior com o Cenáculo?
No piso inferior possuímos o Espirito Santo e consequentemente os dons. No andar de cima somos possuídos pelo Espírito e o dom se transforma em ministério. Fazemos a diferença na evangelização. Deus quer que eu e você subamos para o andar de cima e façamos a diferença na evangelização.
Na homilia Sermão da Sexagéssima o padre Antonio Vieira ensina aos pregadores que Deus no céu é amado e são quase obrigado a amá-lo enquanto na terra... Mas não é o mesmo Deus? É que no céu o conhecimento de Deus se chega pelos olhos e na terra o conhecimento de Deus se dá pelo ouvido. Padre Antonio Vieira ensina que devemos pregar aos olhos.
Existem dois tipos de grupo de oração: um com uso dos carismas e outro não. Qual o grupo de oração que vai mais pessoa? Claro que é o primeiro por simples razão que nos carismas o participante enxerga Deus.
Você percebeu a importância do uso dos dons de serviços na reunião de oração e o papel do servo na evangelização?

Deus quer mais de cada um de nós. Deus quer realizar milagre e prodígios em seu grupo de oração mas Ele não quer realiza-lo sem a tua ajuda. Pense nisso.

O ANO DA UNIDADE

Este ano Deus nos chama para vivermos a Unidade de uma maneira especial. O Encontro Nacional de Formação (ENF) 2014 realizado em janeiro na cidade de Aparecida teve como tema: “Conservar a unidade pelo vínculo da Paz”. Todo o nosso movimento está convocado para rezar e trabalhar pela Unidade.
Eu vejo que a Unidade está sobre um tripé: unidade entre os servos do grupo de oração, unidade com a RCC e a unidade com a igreja local onde o grupo de oração está inserido.
A nossa força está em vivermos isso. É uma moção do Espírito. É a vontade de Deus para mim, para você e para o seu grupo de oração. O segredo é acolher isso como vontade de Deus. É obedecer sem reticências, sem reclamar. Se formos dóceis ao que o Espírito nos indica colheremos os melhores frutos, porém se quisermos caminhar sozinho...
Leia o que nos diz a palavra de Deus: A obediência é melhor que o sacrifício e a submissão vale mais que a gordura dos carneiros. A rebelião é tão culpável quanto a superstição; a desobediência é como o pecado de idolatria. (I Samuel 15,22)
Caminhar sozinho é perigoso pois gera em nós um espírito de auto-suficiência, partidarismo e egoismo. Só quando estamos unidos o Espírito Santo está entre nós. Só quando somos UM Deus derrama sobre nós o seu Espirito Santo.
O mundo se une para realizar os seus projetos. Os demônios se “unem” entre si para escravizar os filhos de Deus. Os protestantes se unem.... Nós os católicos... estamos divididos.
Este é o ano da Unidade. Este é o ano que experimentaremos um derramamento poderoso do Espirito Santo. Os grupos de oração crescerão poderosamente. Todos os grupo beberão desta benção, se forem UM.
Posso testemunhar isso.
No final do ano passado o nosso grupo de oração tinha 10 participantes. Só servos. Temíamos em fechar o grupo de oração. Estávamos desmotivados. Porém o ano de 2013 acabou. Um novo começou em nosso grupo de oração em 2014. As pessoas começaram voltar para as nossas reuniões de oração. Conseguimos reunir os nossos adolescentes e jovens e montamos o nosso ministério jovem em nosso grupo de oração. Estamos para montar o nosso primeiro grupo de perseverança. Hoje somos em torno de 40 pessoas no grupo de oração. Graças a Deus.
Tudo isso é fruto da moção do Espirito Santo. Nós estamos bebendo desta graça. Eu acredito que este ano veremos muito mais porque quando somos UM, damos oportunidade para Deus agir no meio de nós. Todos que viverem a Unidade experimentarão em seus grupos de oração uma nova primavera: não faltarão servos para o seu grupo, testemunhos impactantes e milagres acontecerão.
Tudo isso acontecerá se formos UM. 

quarta-feira, 5 de março de 2014

Francisco: Quaresma, tempo de conversão e renovação pessoal

O Papa Francisco encontrou-se na manhã desta quarta-feira com os fiéis e peregrinos de todas as partes do mundo na Praça São Pedro para a tradicional audiência geral das quartas-feiras. Mais de 30 mil os presentes numa manhã de sol.

Na sua catequese, lida em italiano, o Papa iniciou recordando que, hoje, Quarta-feira de Cinza, tem início a Quaresma, quarenta dias que nos conduzirá ao Tríduo Pascal, memória da paixão, morte e ressurreição do Senhor, coração do mistério da nossa salvação.
A Quaresma, disse o Papa, é um tempo “forte”, um ponto de reviravolta que pode favorecer em cada um de nós a mudança, a conversão, para sair dos costumes cansados e do preguiçoso vício do mal que nos engana.
“No tempo quaresmal a Igreja nos dirige dois importantes convites: ter uma consciência mais viva da obra redentora de Cristo; e viver com mais compromisso o próprio Batismo”.
Viver profundamente o Batismo – disse o Papa – significa não nos acostumar-mos às situações de degradação e de miséria que encontramos caminhando pelas ruas de nossas cidades e de nossos países.
“Há o risco de aceitarmos passivamente certos comportamentos e de não nos surpreendermos diante das tristes realidades que nos circundam. Acostumamo-nos à violência, como se fosse uma notícia cotidiana normal; acostumamo-nos a irmãos e irmãs que dormem pelas ruas, que não têm um teto para se abrigar. Acostumamo-nos aos refugiados em busca de liberdade e dignidade, que não são acolhidos como deveriam ser. Acostumamo-nos a viver em uma sociedade que pretende deixar Deus de lado, na qual os pais não ensinam mais aos filhos a rezar nem a fazer o sinal da cruz. Este vício de comportamentos não cristãos e de comodidades nos anestesia o coração!”
O Papa perguntou então aos presentes, dirigindo-se aos pais e avós, se eles ensinam seus filhos e netos a rezar e a fazer o Sinal da Cruz. Se ensinam suas crianças a se dirigirem a Deus com a oração do Pai-Nosso e a Nossa Senhora com a oração da Ave-Maria. Uma pergunta que pediu que respondessem em silêncio, no coração.
A Quaresma, continuou o Papa deve ser vivida como tempo de conversão, de renovação pessoal e comunitária através da aproximação a Deus e da adesão confiante ao Evangelho. Por isso a Quaresma é momento favorável para converter-se ao amor ao próximo.
Demos graças a Deus pelo mistério de seu amor crucificado – disse ainda o Papa recordando os elementos essenciais para viver o tempo da Quaresma: fé autêntica, conversão e abertura de coração aos irmãos.
O Papa concluiu invocando com particular confiança a proteção e a ajuda de Nossa Senhora neste caminho, a nos acompanhar nos dias de oração intensa e de penitência, para chegar a celebrar, purificados e renovados no espírito, o grande mistério da Páscoa de seu Filho.
Nas palavras dirigidas aos fiéis de língua portuguesa presentes na audiência o Papa saudou o grupo vindo de Riberão e Guimarães e também os professores e os alunos das comunidades escolares de Lourinhã e Viana do Castelo.